O mito da obesidade saudável

A discussão sobre obesidade e saúde é constante, uma vez que está crescente o número de pessoas acima do peso. Com isso, é importante entender o que ocorre no organismo de um obeso e trabalhar de maneira direcionada.

Muito tem se falado sobre a existência de obesidade saudável e com isso a aceitação. Mas, mais do que adequação, ou não, de um padrão estético, a quantidade elevada de gordura corporal gera um processo inflamatório com impacto significado na saúde.

Mesmo sem apresentação de sintomas, o organismo de um obeso está inflamado, condição denominada inflamação crônica subclínica. Não à toa a obesidade é considerada uma doença e está entre os fatores de risco de complicações na Covid-19.

O que o excesso de gordura provoca no organismo?

Os adipócitos (células de gordura) produzem e secretam diversas substâncias, entre elas algumas bem conhecidas pela contribuição no processo inflamatório, como o Fator de Necrose Tumoral Alfa (TNF-alfa) e Interleucina-6 (IL-6).

Além desses, os adipócitos secretam substâncias como Monocyte chemoattractant protein-1 (MCP-1), que são capazes de induzir a atração de macrófagos, células do sistema imunológico, que contribuem para a produção citocinas que penetram o tecido adiposo (tecido gorduroso) abdominal e intensifica o processo inflamatório já estabelecido e o cronifica.

Uma vez aumentado o tecido adiposo ocorre, também, a redução da adiponectina, substância antiiflamatória e protetora para a prevenção de diversos distúrbios metabólicos, como diabetes mellitus tipo 2 e a síndrome metabólica.

As doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes mellitus, estão entre as 7 das 10 principais causas de morte no mundo, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A obesidade além de ser considerada uma doença, de causa multifatorial, é o berço de muitas outras, e sua consolidação favorece o surgimento das doenças que estão no topo das maiores causadoras de morte no mundo.

Obesidade não tem cura, tem tratamento. A prevenção é o indicado e deve começar na infância com posicionamentos simples, como exemplos dos responsáveis incentivando uma alimentação saudável e a prática de atividade física. Já para o controle da obesidade é necessária uma equipe multidisciplinar, entre esses, nutricionistas, médicos, psicólogos e profissionais de educação física, são alguns.